08/07/2015 - Queda das ações na China segue preocupando
MERCADOS
As principais bolsas operaram com sinais mistos nesta quarta-feira. Embora os investidores estejam vendo com otimismo a perspectiva de um empréstimo de curto prazo dos credores para a Grécia, há grande preocupação com a queda livre das ações nas bolsas na China, que já caíram cerca de 30% nas últimas três semanas.
Os preços de várias commodities continuam em queda, com destaque para o minério de ferro negociado no mercado spot, que caiu 11,3% hoje. Na Europa o índice FTSE-MIB (Milão) teve a maior alta do dia, de 2,97%. O índice IBEX-35 (Madri) subiu 0,81%. Em Paris, o índice CAC-40 subiu 0,75% e em Frankfurt, o DAX fechou em alta de 0,66%.
Nos EUA os principais índices caíram com a expectativa de aumento de taxa de juros. A ata do FOMC divulgada hoje mostrou que os dirigentes do FED vêem a economia progredindo suficientemente, embora os riscos decorrentes de problemas na Grécia e China devam ser considerados. O S&P caiu 1,67% e o Dow Jones 1,47%.
No Ibovespa, mais um vez, a queda foi puxada principalmente por Vale (VALE5, R$ 14,54, -4,03%; VALE3, R$ 17,16, -4,29%), siderúrgicas (CSNA3, R$ 4,65, -5,10%; USIM5, R$ 4,03, -3,36%, GGBR4, R$ 6,86, -2,28%) e Petrobras (PETR4, R$ 11,55, - 1,95%, PETR3, R$ 12,98, -1,37%), já que por serem empresas com grande sensibilidade à variação cambial e preço das commodities, acabam tendo as perdas potencializadas.
No final, o Ibovespa terminou o dia aos 51.781 pontos, em queda de 1,07%. Na mínima, marcou 51.574 pontos e, na máxima, 52.467 pontos. No mês, acumula queda de 2,45% e, no ano, alta de 3,55%. O giro financeiro total foi de R$ 5,71 bilhões.
No último dado disponível, a Bovespa teve ingresso de capital externo de R$ 64,456 milhões no dia 06, quando o Ibovespa perdeu 0,70% e o giro total foi de R$ 5,375 bilhões. O saldo de recursos externos em junho é de R$ 282 milhões em julho e no ano o superávit é de R$ 21,822 bilhões.
O real acompanhou o movimento de desvalorização de moedas de mercados emergentes e fechou a R$ 3,2280, em alta de 3,83%.
Os contratos de juros futuros fecharam majoritariamente em queda, com excessão do contrato para agosto, que subiu 1 bps em relação ao fechamento de ontem. O contrato para janeiro de 2016, um dos mais líquidos, teve queda de 5 bps, e o contro de julho de 2016, queda de 7 bps. O IPCA divulgado hoje, levemente abaixo do consenso, ajuda a sustentar a tese de que o ciclo de aperto monetário está mais próximo do fim. O relatório Focus da próxima segunda dará mais pistas.
INDICADORES
Em dia de poucos dados divulgados no exterior, o índice Hallifax, que mensura o nível de preços no mercado imobiliário inglês, deu um salto em junho, para 1,7%, ante consenso de alta de 0,3%.
A alta é mais um indicador de superaquecimento no mercado de imóveis, principalmente em Londres, e deve pesar na decisão do BoE de aumentar a taxa básica de juros ainda em 2015.
A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 0,79% em junho, ante 0,74% em maio, e abaixo do consenso do mercado. A inflação oficial acumula alta de 8,89% em 12 meses até junho, também abaixo do consenso de 8,94%.
AGENDA DA SEMANA
Terça: IGP-DI (de junho), no Brasil; Produção Industrial (Maio) da Alemanha, Reino Unido e nos Estados Unidos, e relatório Jolts (Junho) também nos EUA;
Quarta: IPC (Junho) na China; nos EUA, A ata do FOMC;
Sexta: Sentimento do consumidor (Junho) no Japão e Produção industrial (Maio) na França e Italia.
Confira na íntegra o relatório anexo sobre o comportamento do mercado em 08.05.2015, elaborado por FÁBIO CÉSAR CARDOSO, analista de investimentos do BB INVESTIMENTOS